TRANSPORTES PRIMITIVOS
Antes do surgimento dos automóveis movidos a
motor, historiadores contam que:
Quando a nossa região foi ocupada pelos
Colonizadores portugueses, em 1696, aqueles que aqui ficaram para desbravarem
nossas terras, trouxeram carros de bois, muitos utilizados no transporte de
gêneros alimentícios como carne de charque e sal.
Outro
meio de transporte utilizado, rio acima e rio abaixo neste período, foram os
botes e balsas movidos à vara, servindo para a pesca e condução de alimentos.
A
construção da nossa Matriz, iniciada em 15 de julho de 1760, teve suas pedras
transportadas nos carros de bois. Até a primeira década do século XX, o
jumento, o burro mulo, o cavalo e o touro, fizeram parte da história dos
transportes em nosso Vale. Por exemplo, se alguém da zona rural ou de outros
municípios necessitasse dos préstimos do vigário da paróquia para uma
confissão ou extrema unção, o portador que vinha buscar o padre, trazia um
animal selado para ser utilizado pelo vigário.
Os
animais vindos da zona rural ou dos municípios vizinhos, conduzindo os
fazendeiros com seus produtos para serem comercializados na feira livre do
Assu ficavam amarrados nos fícus plantados por trás da Matriz.
O
jumento, a exemplo de todo o Nordeste, foi responsável por parte do
desenvolvimento econômico do Assu uma vez que este animal foi utilizado desde a época
de povoação para o transporte de algodão, água, capim, gêneros alimentícios, no
corte de terra, e sobretudo nos cortes de carnaubais, atividade que até hoje
são insubstituíveis, apesar de toda a evolução tecnológica. O jumento é
indispensável nesta atividade, uma vez que é ele quem transporta as palhas para
o estaleiro depois de cortadas. A carga de palha é tanta que do pobre animal
vê-se apenas os olhos para que o mesmo possa driblar as centenas de carnaúbas
em seu caminho, tendo que desenvolver habilidades num ziguezague que somente o
jumento tem capacidade para tal.
No ano
de 1909, o Dr. Pedro Amorim, casou-se com D. Beatriz Montenegro. Residindo em
Macau, eles se transferiram para o Assu em charrete puxada a cavalo.
Em
1914, a mãe do Dr. Pedro Amorim, veio de Lajes, onde terminava a linha férrea
de Natal, até Assu, carregada em uma liteira conduzida por dois burros mulos. A
partir daí, começou, a surgir em Assu os primeiros veículos a motor.
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