sábado, 6 de junho de 2015

DOIS DEDIM DE PROSA:


PORRE
O assuense JUSTINO PIABA foi um homem semi-analfabeto dotado de uma presença de espírito extraordinária, pois nunca lhe faltava resposta certa na hora exata. Infelizmente, uma figura como tantas outras, que ficou no esquecimento.

Conta o poeta Chico Traíra em seu livro Versos do verde Vale (1984) que Justino Piaba saía do Mercado Público de VÉU E CAPELA (embriagado), seguia rumo a casa quando entrou no beco chamado "beco do Dr. Amorim". Ia para um lado, vinha para o outro. O delegado de polícia do Assu, Tenente Nelson, seguia um pouco atrás. Já conhecendo a fama de Justino, pilheriou dizendo:

- O beco está estreito?

Justino parou, olhou e disse:

- Não, senhor Tenente! É meus pés que estão largos!

+_+

FREGUÊS PERDIDO

JUSTINO PIABA era marchante de criação e todo dia estava no mercado. Um certo dia chegou cedo, deixou a mercadoria na PEDRA e foi tomar uma lapada. Manoel Soares, que era freguês, chegou, não o viu, foi comprar a carne a outro marchante. Quando voltou, Justino lhe disse:

- Então Coronel, resolveu dar trabalho hoje à patroa?

- Porque? - indagou o velho.

- Ora, eu aqui com essa novilhinha donzela e o senhor foi comprar essa cabra velha!

Manoel Soares levantou a carne e perguntou:

- Essa carne é velha?

Justino em cima da bucha respondeu:

- Essa ai, Coronel, escapou da Barca de Noé. 

POISDIGA!
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