LAGOA DO PIATÓ!
Ao amanhecer da aurora ti via resplandecer,
Banhada pelo Rio Açu de um vento frio à me aquecer.
O canto dos passarinhos eu ouvi, era lindo o sabiá,
Como podes tu lagoa, na secura te afogar?
Eis a seca braba, câncer lento a te matar,
Toda é a nossa culpa queira nós crime pagar.
Ao sujar te poluímos, sem medida e cumprimento
E da chuva privação esse é o merecimento.
Quem eras tu e quem tu és minha lagoa?
Do verde e de ramados, carnaubais te assinalava.
Tu que alimentastes tantos quantos pescadores.
E hoje deixa a mendigar a quem padecem em suas dores.
Mais do céu fazei chover, Jesus Cristo e São João.
Ver a dor deste teu povo, que não tem água e nem pão,
Pois o que era o seu sustento se tornou foi um tormento,
Só brasa, poeira e carvão.
AUTOR: Tállison F. da Silva
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