sábado, 17 de janeiro de 2015

FIQUE POR DENTRO:

AO GOSTO DOS CACHACIES
 O Rio Grande do Norte pode ser considerado um dos menores produtores de cachaça do País, mas também um dos que detêm melhor qualidade da fabricação de seus produtos.

A qualidade da cachaça potiguar não agrada apenas aos de casa. Fomos buscar a opinião de quem estuda o assunto e tem em casa o exemplo das melhores cachaças. Para o cachacista Jairo Martins da Silva, a qualidade da cachaça do Rio Grande do Norte deve-se aos investimentos no processo produtivo, o que lhe permite uma complexidade sensorial. Pernambuco, mas radicado em São Paulo, desde 1995, dedica-se ao estudo de vinhos e bebidas espirituosas, principalmente a cachaça, sobre a qual escreve artigos, profere palestras e conferências, ministra cursos e conduz degustações.

De acordo com o paulista da região Pirassununga, Maurício Maia, chefe de cozinha e cachacier, um dos sommeliers da cachaça mais renomados do país, o Rio Grande do Norte faz hoje algumas cachaças que podem – e devem – figurar no ranking das melhores. Usando como exemplo a cachaça potiguar, ele explica que a boa cachaça é suave, saborosa, não agride o organismo e não dá mal-estar ou ressaca. Maurício classifica a cachaça Extrema como uma das mais sofisticada do mercado.

O poeta Caio Cesar Muniz, cachaceiro e cachaçólogo, compartilha dessa ideia. Ele esclarece que muito do preconceito da cachaça está no desconhecimento. Para Caio, a produção de cachaça potiguar deu um salto significativo na última década. “Me lembro que a primeira cachaça que tive acesso foi a Malhada Vermelha (extinta), depois a Papary”, recorda.

O colecionador José Calixto da Silva lembra de marcas como Olho D’água, de Parnamirim, que deixou de ser produzida, e a Tonel Velho, feita artesanalmente no município de Coronel João Pessoa.

Segundo o historiador Geraldo maia, desde o início da colonização o RN produz cachaça, mas sempre um produto de qualidade inferior. “Hoje, praticamente toda a nossa cachaça é tipo exportação”, enaltece, lembrando que a Revista Playboy classificou a Samanaú como a terceira melhor do Brasil. Considerando todas as cachaças, com ou sem marca, ele diz que o Estado possui mais de 20 qualidades.
Fonte: Revista Contexto - nº 05 - Ano I - Abril 2012 - Páginas: 27/30 - Mossoró/RN - Yes, we have cana! - José de paiva Rebouças.

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