CUNFISSÃO
Falá verdade Sá Dona,
Num faz vergonha a ninguém.
Num só home de moitim,
Nem sô covarde tombém...
E juro qui sô iguá
A quarquê home de bem.
Mas, Sá Dona, quando óio,
Prus óio de vosmecê,
Eu sinto dentro dos peito
Uma coisa estremecê...
Sóbe um bolo pras guéla
E os peito começa ardê.
Dá uma tremura nas perna,
Fico sem sabê andá.
Sem querê eu fêcho os óio,
Fico oiando sem oiá,
Pru dentro do meu juízo
Vejo Sá Dona passá:
- Tão bunita, tão jeitosa,
Qui nem sei enspilicá!
Só se parece uma santa
Feita da luz do luá!
Eu chego intê tê vontade
Dos pés da santa beijá.
E, se num fôsse pecado,
Sã Dona, pode me crê:
Eu fazia um oratóro
E butava vosmecê,
Pruque mais santa no mundo,
Juro qui num pode havê.
Autor:
Assuense Renato Caldas.
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