Fim do analfabetismo custaria muito
menos que a Copa
menos que a Copa
Na CDH, especialistas afirmaram que 56% dos analfabetos do país estão em apenas seis estados (BA, SP, MG, PE, CE e MA)
Cristovam Buarque (C) dirige audiência pública da Comissão de Direitos Humanos que tratou do analfabetismo
Foto: Marcos Oliveira
O
senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou ser inadmissível o Brasil
continuar convivendo com o analfabetismo, um problema, segundo ele,
imoral e que não exige muitos recursos para ser combatido. O assunto foi
tratado ontem em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e
Legislação Participativa(CDH).
De acordo com o senador pelo Distrito Federal, um programa de erradicação em âmbito nacional custaria
R$ 3,5 bilhões ao ano, quantia pequena, como observou, se comparada a outros gastos, como os destinados à realização da Copa do Mundo.
R$ 3,5 bilhões ao ano, quantia pequena, como observou, se comparada a outros gastos, como os destinados à realização da Copa do Mundo.
— Isso não é nada para um país que tem R$ 4 trilhões de renda, R$ 2
trilhões de receita do setor público e que gasta na Copa R$ 35 bilhões.
Não é possível esse problema ainda continuar — afirmou o parlamentar,
que também criticou o dinheiro gasto na construção, em Brasília, do
Estádio Nacional Mané Garrincha. A obra teve sobrepreço de R$ 400
milhões detectado pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal.
Cristovam voltou a defender a federalização da educação, visto que,
segundo ele, não há como deixar a tarefa nas mãos de prefeitos e de
governadores, principalmente aqueles das cidades e estados mais pobres. O
senador é autor de projeto de decreto legislativo (PDS 460/2013) que
convoca plebiscito para consultar os eleitores sobre a transferência
para a União da responsabilidade sobre a educação básica. A proposta
está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
No requerimento em que solicitou a audiência pública, Cristovam
destacou relatório da Unesco segundo o qual o Brasil é o oitavo país em
número de analfabetos jovens e adultos.
Números
O diretor de Estatísticas Educacionais do Ministério da Educação,
Carlos Eduardo Moreno Sampaio, apresentou números relativos ao problema.
Alguns deles chamaram a atenção dos senadores, como o fato de seis
estados (Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará e Maranhão)
concentrarem 56% dos analfabetos do Brasil. Além disso, segundo ele,
cerca de um terço dos analfabetos com 15 anos frequentou a escola, o que
demonstra o fracasso do sistema.
Jornal do Senado
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