segunda-feira, 10 de abril de 2017

RELIGIÃO:

EM PROL DA DIOCESE DE ASSÚ
Por: Padre João Medeiros Filho
Há anos, católicos norte-rio-grandenses sonham com a criação de mais uma diocese no estado. Cresce a convicção da necessidade de repartir os atuais bispados. Segundo os últimos dados do Anuário Católico do Brasil, a Paraíba tem atualmente cinco circunscrições eclesiásticas: João Pessoa, Cajazeiras, Campina Grande, Patos e Guarabira. Juntas somam uma população estimada em 3,9 milhões de habitantes, com uma média de 792 mil pessoas por diocese. O Rio Grande do Norte possui três bispados (Natal, Mossoró e Caicó) contando 3,6 milhões de fiéis, o que resulta na média de um milhão e duzentos mil por diocese.
          Das vinte e uma circunscrições que integram o Regional Nordeste II da CNBB (compreende AL, PE, PB e RN), Natal é a segunda mais populosa e extensa em área, totalizando cerca de 2,3 milhões de habitantes em 25.153 km², apenas abaixo do arcebispado de Olinda e Recife, que detém 3,9 milhões de habitantes, ocupando uma faixa territorial de 4.058 km².
          Quando pároco de Assú, padre Francisco Canindé, em entrevista ao Jornal “A Verdade”, concedida em 2001, comentava as distâncias de sua paróquia e a realidade demográfica da região. Falou da necessidade de uma sé diocesana em Assú. Sabe-se que a densidade populacional dos bispados potiguares supera a média regional (933 mil pessoas por circunscrição eclesiástica), sendo superior à de muitos estados brasileiros. Caso seja criada mais uma sede episcopal no RN, haveria ainda, nos dias de hoje, 870 mil habitantes por circunscrição eclesiástica, ultrapassando a média nacional de 746 mil fiéis por diocese. É relevante também o fator das distâncias: São Rafael, por exemplo, está situada a 205 km da sede do arcebispado.
Assú é polo regional, em torno do qual gravitam vários municípios. Sua vocação de liderança manifesta-se pelo comércio e indústria, pela atividade agropastoril, fruticultura e oferta de serviços. Trata-se de um centro educacional com instituições de ensino públicas e privadas de nível fundamental, médio e superior. Acolhe inúmeros servidores de empresas sediadas em cidades próximas e que têm sua vida familiar, social, financeira e religiosa na chamada “Terra dos Poetas”.
Esta possui hoje uma população cinco vezes maior do que a de Caicó, quando da criação do bispado e quase o triplo de habitantes de Mossoró, ao se tornar sede episcopal. E Natal, ao ser alçada a essa condição, tinha menos de trinta mil pessoas.
Os atuais bispos potiguares fixarão critérios para os limites e a organização de uma futura diocese. No entanto, ´patente a influência de Assú sobre municípios próximos, como: Porto do Mangue, Carnaubais, Ipanguaçu, Pendências, Alto do Rodrigues, Itajá, são Rafael, Afonso Bezerra, Angicos, Fernando Pedrosa, Pedro Avelino, Paraú, Triunfo Potiguar, campo Grande e outros. Caicó ao ser elevada à diocese em 1939, incluía apenas dez municípios, oito paróquias, oito sacerdotes e uma população inferior a 120 mil habitantes.
Hoje, tendo em vista a visão pós-conciliar da Igreja, o aumento de evangélicos, a exigência de um melhor atendimento ao Povo de Deus, urge ser erigida mais uma diocese. E Assú preenche os requisitos. É a segunda paróquia de nosso estado, criada em 1726, no episcopado de Dom José de Fialho, ainda no Brasil Colônia, integrando o bispado de Olinda ao qual pertencia o RN.
É reconhecida a liderança e vocação cultural de Assú, bem como sua importância socioeconômica para o estado, influenciando os municípios circunvizinhos, que totalizam uma população de mais de trezentos mil habitantes. Portanto, a criação da diocese de Assú precisa ser concretizada, elevando a secular Igreja de São João Batista à condição de catedral. Em nome do amor à Igreja e para o bem dos fiéis, nada mais justo que as atuais circunscrições venham a compartilhar seus territórios e clero com o futuro bispado. Uma nova diocese potiguar depende muito da vontade e decisão dos bispos da nossa província eclesiástica.
Confiamos na intercessão de Nossa Senhora, São João Batista e da bem-aventurada Lindalva, que cuida de sua terra junto de Deus!

Fonte: Tribuna do Norte – Opinião.   
Foto: SiteCidades.com

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