O SOBRADO
O Sobrado já abriu
Portas e janelas para
O sagrado e o profano.
Abrigou famílias
Lutas de judô
E artistas de circo.
Pelo assoalho cansado
Caminhou seminaristas.
O Sobrado guardou
Bordados em ponto-cruz
Na espera dos bebês.
Seu corrimão de madeira nobre
Brincou com crianças
Sorriu com o deslizar
Das mãos das moças
Da casa da estudante.
Ah, o antigo Sobrado...
Dos namoros
Das portas
Nos batentes.
Dos banhos de bica de chuva
Dos tamarindos.
O Sobrado antigo
O velho Sobrado
Lembra ainda
Dos seus mortos!
Fantasmas debruçados
Lá no alto nas janelas
Ouvindo músicas dos saraus
Olham para o carnaubal
Com saudades
Da vida de outrora.
Autor: J. A. Simonetti.
Pintura: João Maria Cortez Gomes.
*Sobrado da Rua Moisés Soares - Assu.
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