quarta-feira, 8 de julho de 2015

GUERRA DO ASSU:

O TERÇO DOS PAULISTAS
O Terço dos Paulistas – força armada vinda de São Paulo para por fim a Guerra dos Bárbaros – maior levante indígena que existiu no Brasil. 
A guerra entre os portugueses e os índios do Rio Grande teve sua última batalha por volta de 1720. O governador da Capitania, o Capitão-mor, Luís Ferreira Freire foi enérgico, utilizando o Terço dos Paulistas, sob o comando de Morais Navarro, dispersou a indiada nas proximidades do Ferreiro Torto, de onde os índios fugiram no rumo dos sertões da Paraíba e Ceará.
 Moraes Navarro relata: “uma guerra viva” (...) porque todos os Tapuias invadiram o Arraial de Ferreiro Torto, querendo matar aos que nele assistiam e senhorearem-se da pólvora e destruírem a Capitania, o que conseguiriam se não achassem a Infantaria com valorosa defensa”.
 Não podemos precisar com exatidão a data do término da Guerra dos Bárbaros. "O certo é que a partir de 1720 não encontramos mais registros desta sublevação. A diminuição populacional indígena e o seu aldeamento em massa, decorridos principalmente após esta data, são os principais indícios de que a guerra chegara ao seu fim". (Pires, 83; 2002).
  Ainda na administração de Luís Ferreira Freire era extinto o Terço dos Paulistas. Muitos dos seus componentes permaneceram no Rio Grande do Norte desenvolvendo atividades econômicas como a de agricultor e fazendeiro. Por exemplo, o sargento-mor José Morais Navarro, natural de São Paulo, radicou-se no Sítio Curralinho da praia da Ribeira do Assú, perto da lagoa chamada as "Pendências". Sendo considerado o primeiro proprietário do futuro município de Pendências. (Santos, 1994: 53).
  A permanência do Terço dos Paulistas nos campos do Assú foi suspensa através da carta régia de 17 de outubro de 1724, restando de suas companhias apenas duas, uma servindo na fortaleza dos Santos Reis e a outra em Ferreiro Torto, Macaíba, onde construiu-se um alojamento. No Assu, a companhia local permaneceu até finais do ano seguinte, comandada pelo capitão-mor José Pereira da Fonseca.
 Segundo o historiador Celso da Silveira, em seu livro “Assú – Gente Natureza e História” publicado em 1995, até o ano de 1725 permaneceu nos acampamentos do Assu, parte do contingente o “Terço dos Paulistas” trazidos pelo Capitão-mor Bernardo Vieira de Melo para colonização da região. A área onde eles ficaram acampados recebeu o nome de “Paulista”. 
 Ainda em decorrência da estadia do Terço dos Paulistas em nossa região (Assú) receberam o mesmo nome de "Paulista" o riacho, a serra e a comunidade ao Oeste da Lagoa do Piató.  
Fontes: PIRES, Maria Idalina da Cruz. “Guerra dos Bárbaros” – resistência indígena e conflitos no Nordeste colonial. 3ª edição - Recife/PE 2002. / -          SANTOS, Paulo Pereira dos, Evolução Econômica do Rio Grande do Norte: século XVI ao XX, CLIMA, 1994. Natal/RN.
Foto Ilustrativa: http://goiania-goias.blogspot.com.br/
 

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