ASSU – TERRA DOS POETAS
Ivan Pinheiro
Você
já foi indagado por alguém sobre a origem dos cognomes: Assu – Atenas Norte-riograndense
ou Assu
– Terra dos Poetas?
Certamente
que sim. Ambos surgiram a partir da segunda década do século passado quando o
então Governador Antonio de Souza autorizou a realização de um estudo para que
fossem identificados os poetas e poetisas do Estado. O trabalho ficou a cargo
do escritor Ezequiel Wanderley que publicou, no ano de 1922, a primeira
antologia poética do Estado intitulando-a de: “Poetas do Rio Grande do Norte”.
Esta
coletânea foi, reconhecidamente, a mais bem elaborada. O corpus do livro foi
composto por trabalhos de 107 poetas. Do universo da obra literária o Assu
destacou-se com 27%, ou seja, 28 poetas eram assuenses. Destes, 12 eram
imortais da Academia Norte-riograndense de Letras do Rio Grande do Norte.
Como
o Assu já se apresentava com destaque no cenário cultural potiguar, sobretudo,
no jornalismo, teatro e na música, após a edição daquele livro, não foi difícil
para os produtores da arte e da cultura Potiguar comparar o Assu, em nível de
Rio Grande do Norte, com Atenas (capital
da Grécia antiga – berço da sabedoria, das manifestações artísticas e da
democracia), cognominando-o de Atenas Norte-riograndense.
A
partir daí escrever em versos tornou-se moda, mania... A cidade passou a
“respirar” poesia dos mais variados gêneros. Para o leitor ter uma ideia, até
recados eram enviados em rima. Gradativamente o Assu transformou-se na “Terra
dos Poetas”.
Descreve o historiador Francisco Amorim - o popular Chisquito
que: “... Velhos e moços se aglutinavam, se harmonizavam e se entendiam na promoção
de tertúlias literárias destinadas a acelerar, a desenvolver e a
intelectualizar o meio ambiente... A espontaneidade das revelações no domínio
das belas-artes surpreendia...”.
Outros
trabalhos nesta linha foram realizados no Estado. Os poetas Assuenses sempre marcaram presença nessas seletas se destacando sobre as demais cidades interioranas.
Poeta assuense Paulo Varela |
Atualmente,
apesar de não se cultuar mais a prática de “brincar com poesia”, mesmo assim,
ainda encontramos nos diversos recantos do município, uma infinidade de adeptos
da arte poética.
No
ano de 1985, com o apoio da Prefeitura Municipal do Assu e da então Escola
Superior de Agricultura de Mossoró – ESAM - foi publicado o livro Vertente Poética uma coletânea reunindo
trabalhos de diversos poetas do Assu e região.
Poeta e cantor assuense Mariano Tavares Júnior |
Neste
mesmo sentido, buscando valorizar a arte da inspiração literária, no ano de
2002, a Prefeitura Municipal através da Coleção Assuense reuniu trabalhos de 25
poetas e publicou o livro: Vertentes
– Reunião com 25 poetas assuenses contemporâneos.
Assu
pode até não possuir, na atualidade, muitos poetas vivos de destaques. No entanto, pela
sua tradição, pelo legado das gerações que contribuíram com destaques nas artes
do nosso Estado, certamente permanecerá por longos anos usufruindo do
privilégio de ser conhecido pelos codinomes: Assu - Terra dos Poetas, e Assu - Atenas
Norte-riograndense.
Nenhum comentário:
Postar um comentário