Pela
primeira vez na cena cultural do Rio Grande do Norte uma peça de teatro
será apresentada com o recurso da audiodescrição. Este procedimento
possibilita a transformação das informações visuais em palavras para
proporcionar a acessibilidade de pessoas, sobretudo aquelas com
deficiência visual.
Espetáculo Santa Cruz do Não Sei - UFRN |
As apresentações acontecem na próxima
sexta-feira, 30, às 19h, e nos dias 14 e 21 de dezembro, ambas às 15h,
sendo abertas ao público geral. Com duração de uma hora, o espetáculo é
gratuito e ocorre no Teatrinho do DEART, com capacidade para 40
pessoas.
Após cada apresentação haverá um debate sobre a peça e a
audiodescrição. Os ingressos devem ser reservados, uma vez que o acesso
ao espetáculo não poderá ultrapassar o limite de 40 pessoas por
apresentação. Para aqueles que irão utilizar o serviço de
audiodescrição, solicita-se que os espectadores cheguem com 30 minutos
de antecedência.
As apresentações contam com a presença de
integrantes do Instituto de Educação e Reabilitação de Cegos (IERC) e da
Associação de Deficientes Visuais (ADEVIRN), ambas do Rio Grande do
Norte.
A iniciativa faz parte do Programa de Consolidação das
Licenciaturas (Prodocência) e do estudo de pós-doutorado (CAPES/PROCADE)
feito pelo professor Jefferson Fernandes Alves, do Centro de Educação
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). De acordo com
ele, “os professores e alunos da UFRN e também os docentes da rede
básica de ensino precisam conhecer, experimentar e debater essa
modalidade de tradução intersemiótica, na perspectiva de contribuir com
processos culturais e curriculares mais acessíveis”.
O espetáculo
Santa Cruz do Não Sei é encenado pelo grupo de teatro Arkhétypos,
formado por alunos do Departamento de Artes (DEART/UFRN) e tem direção
do professor Robson Haderchpek.
“A peça foi concebida a partir
de um projeto de extensão realizado com as comunidades de pescadores de
Ponta Negra, em Natal, e de Muriú, em Ceará-Mirim. Para criar as cenas, o
grupo investigou as histórias desses moradores e, a partir delas,
iniciou-se um processo de construção cênica utilizando como tema as
histórias de pescador”, explica o diretor.
A encenação já ocorreu
algumas vezes, mas é a primeira montagem feita para expectadores
videntes e não videntes. As pessoas com deficiência visual usarão fones
de ouvido com sistema de transmissão via rádio e serão “guiadas” por
audiodescritores que descreverão, ao vivo, informações sobre cenários,
figurinos, iluminação e movimentação dos atores.
Fonte: AgeCom-UFRN
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