terça-feira, 22 de dezembro de 2020

HOMENAGEM:

Maria Olímpia e João Celso Neto
Nascida aos 18 de dezembro de 1920, Maria Olímpia Neves de Oliveira (mais conhecida como Maroquinhas ou Olímpia) saiu de sua cidade natal ainda bem criança, quando seu pai faleceu, em 1923. Sua mãe, paraibana, foi com os dois filhos viver sob a proteção de um irmão, padre, tenho morado em várias cidades paraibanas onde seu “Tio Padre” fosse ser pároco. O sobrinho virou coroinha. Cerca de dez ou doze anos depois, o Padre Jose Neves de Sá transferiu-se para o Rio de Janeiro e entendeu que no então Distrito Federal poderia não ter condições de manter os três. Como consequência, os três voltaram a morar no Açu-RN.
Seu irmão, meu pai, concluíra seus estudos ginasianos interno na capital pernambucana enquanto ela iniciaria o Curso Normal na Escola N. Sra. das Vitórias (o popular “colégio das freiras”), talvez em uma das suas primeiras turmas. Destacava-se em várias atividades da vida social e cultural e demostrou ser excelente professora no Grupo Escolar Tenente-Coronel José Correia, que iria dirigir muitos anos depois.
A política entrou em sua vida, inicialmente, dada sua atuação junto ao então Prefeito Manoelzinho Montenegro. Cerca de quinze anos depois, tendo voltado (pela segunda vez) a residir onde nascera, por haver passado a viver com Arcelino Costa Leitão e este ser ligado ao PSD e capitanear as campanhas dos candidatos do partido, como João Câmara (foi Senador) e José Arnaud (Deputado Federal, genro do senador) em diversas eleições. Inevitavelmente, ela passou a ter importante participação naquela tarefa. Em 1958, Costa foi eleito Prefeito e ela, logo depois, Vereadora.
Maroquinhas, ou “a Onça”, foi eleita para suceder Costa Leitão, e seu mandato foi estendido para seis anos por decisão do governo federal, ao adiar as eleições marcadas para 1965 e que só foram realizadas em 1966. Foi a primeira mulher a se eleger Prefeita do município e suas reconhecidas qualidades fizeram com que ela fosse frequentemente chamada para participar de comícios em outras cidades do estado. Ao encerrar seu mandato, as circunstâncias da vida levaram-na para morar no Rio de Janeiro, onde foi nomeada para o Incra (então Inda), até ser aposentada do serviço público federal compulsoriamente no dia em que completou 70 anos de vida, deixando para trás um legado de exemplos e competência.
Permaneceu lúcida, respeitada e querida por muitos anos mais até que, como disse Bandeira, a “indesejada das gentes” veio busca-la na exata data de seu aniversário de 98 anos, em Brasília para onde o Incra a transferira em 1982.
Sua vontade expressa foi atendida quanto a ser sepultada no Açu, sendo velada na Câmara Municipal e com direito a uma missa de corpo presente na Matriz de São João Batista em que fora batizada.
Evidentemente, na atividade política, teve adversários que venceu e que a venceram nas urnas, contudo soube ter o mérito cristão de não guardar mágoas e, pelo contrário, buscar a reconciliação com todos eles enquanto estavam “a caminho”.
Pessoas como Maria Olímpia deixam sua marca indelével e, assim, se tornam inesquecíveis.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

ECONOMIA:

Foto: Daniel Herrera

A hidrelétrica Armando Ribeiro, localizada na barragem homônima do município Itajá, na Região de Assu, entrou em fase de testes na tarde dessa segunda-feira (14) após ser energizada pela Companhia Energética do RN (COSERN). Com capacidade para gerar 4,7 megawatts, esta é a primeira usina hidrelétrica instalada no estado.

O coordenador de desenvolvimento energético Hugo Fonseca e a analista de dados Emília Casanova, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do RN (SEDEC), estiveram presentes durante o procedimento, quando 25% da capacidade da Usina foi ativada. Os representantes do Estado foram acompanhados pelo engenheiro Nivaldo, responsável pela operação e manutenção do novo equipamento.

O trabalho dos técnicos da SEDEC foi essencial para destravar e viabilizar o processo de ligação com uma subestação da COSERN também em Itajá. “Sem o trabalho de intermediação da equipe da Sedec, nós não estaríamos aqui hoje comemorando essa energização”, comentou o engenheiro Nivaldo em nome da empresa Rodrigo Pedroso, que construiu a usina. A construtora e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) investiram R$ 15 milhões através de uma Parceria Público-Privada (PPP).
FONTE: ASSECOM/RN.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

POESIA

A FEIRA
Feira de Louças de barro - anos 70, no Assu 
Feira Livre no Assu - foto Jean Lopes

É sábado, amanhece o dia
Chegam primeiro os feirantes
Loroteiros, arrogantes
Arrumam as mercadorias.
Mais tarde vem os feireiros
Sempre em grupos separados
Ainda desconfiados
Com as sacolas vazias.

Grita logo um barraqueiro:
“- Olha aqui feijão novinho
Tem enxofre e mulatinho
Tem o preto e o macaça
Esse amarelinho é bom
O pintado é um azeite
Se quer levar aproveite
Que hoje é quase de graça”.

Muitos trazem pra vender
Couro de bode, algodão,
Batata, milho verde e feijão,
Porco, carneiro e peru,
Depois que terminam as vendas
Se reúnem, vão beber,
As mulheres vão comer
Pé-de-moleque e angu.

Entra um rebanho no bar,
Lá já tem outra patota,
Ali começa a lorota
Pois o prazer é profundo.
Tomam a primeira dosagem
Logo após, outra bicada,
Com a terceira rodada,
Haja mentira no mundo.

Diz um, nunca me faltou
Dinheiro pra brincar
Quando eu quero vadiar
Boto a sela no jumento.
Responde outro, melado
Eu juro no evangelho
Que no meu cavalo velho
Derrubo até pensamento.

Grita um mais exaltado
Comigo não tem ladeira
Eu topo toda zonzeira
Toda brincadeira é festa.
Grita outro, eu também sou
Osso duro de roer
Quem quiser venha saber
Um velho pra quanto presta.

A coisa está esquentando
Vai acabar o zum-zum
Chega a mulher de um
Do outro chega a esposa
Com pouco o filho do outro
Chega pra dar o recado
“- Mamãe está no mercado
Vamos comprar qualquer coisa".

O vendedor de galinha
Fala alto, “aqui freguês
Essa galinha pedrês
É pesada de gordura,
Esse pescoço pelado
É boa pra criar,
Eu garanto ela botar
Cem ovos numa postura.

Um galo velho surú
Pra cantar não tem mais som
O vendedor diz “É bom!
Pode levar que é novinho.
Esse galo, meu amigo,
Ainda tem outra coisa
Tem dado surra em raposa
Que ela perde o caminho.

“- Olha a ovelhinha gorda!”
Gritam lá na criação
Grita o do porco “O leitão
É novinho, cavalheiro”!
O velho que está melado
Não presta muita atenção,
No porco compra barrão;
No bode, pai de chiqueiro.

Na carne de gado mostram
Uma manta do pescoço
“- Aqui é carne sem osso,
Compra boa, quem conhece!”
A carne velha encardida
Como que foi de murrinha
Na panela não cozinha
Na brasa não amolece.

Aquele que se entreteu
Na birita o dia inteiro
Acabou todo o dinheiro
Passou o tempo e não viu
Ficou sem nenhum tostão
No bolso da velha calça
O que sobrou da cachaça
O pife-pafe engoliu.

Arranja uma confusão
Quase ao morrer do dia
Vai para a delegacia
Para um repouso forçado
Coitado, caiu à crista.
De manhã faz a faxina
Inda vai dar entrevista
Com o doutor delegado.

Chico Traíra

Autor: Francisco Agripino de Alcaniz, o popular Chico Traíra – grande poeta e violeiro. Assuense de coração, nascido no sítio Pau de Jucá – Ipanguaçu/RN. Em Assu existe uma rua, no Bairro Frutilândia, que tem Chico Traíra como patrono, assim como uma das cadeiras da Academia Assuense de Letras. 

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

ASSU

 SÍMBOLO OFICIAL

HINO DO ASSU
Sinhazinha Wanderley
Lei municipal nº 06/69 – de 11 de outubro de 1969
Letra e música da poetisa e musicóloga assuense
MARIA CAROLINA WANDERLEY CALDAS 
(SINHAZINHA WANDERLEY).

            Qual um canto harmonioso
            Das aves, pelo ramado
            A minh’alma te festeja
            Meu Assu, idolatrado.

            Estribilho

            Torrão bendito hei de amar-te
            Dentro do meu coração
            Salve, Assu estremecido,
            Salve, salve ó meu sertão

            Palmeiral da minha terra
            As várzeas cobrindo estás
            Tu que és útil pelo inverno
            E pela seca ainda mais

            Valoroso, florescente,
            Em face dos mais sertões
            Hão de erguer-te o nosso esforço
            Nossos bravos corações.

Fonte: Lei Municipal. Assu - Notas Cronológicas - Inédito - Ivan Pinheiro.

ASSU

SÍMBOLO OFICIAL


BRASÃO DO MUNICÍPIO DO ASSU

        O brasão do  município do Assu foi criado através da Lei Municipal nº 06/69 - de 10 de outubro de 1969. 
- Artigo 5º - "O Escudo poderá ser usado em documentos e papéis, como distintivo característico do Município do Assu".
Fonte: Lei Municipal. Assu - Notas Cronológicas - Inédito - Ivan Pinheiro. 

ASSU

SÍMBOLO OFICIAL

BANDEIRA DO ASSU
Lei Municipal nº 06/69 de 10 de outubro de 1969. 
Instituiu nos seus artigos 1º e 2º, como símbolo municipal, para uso em todo o território do Município, a Bandeira do Assu - constituída de um retângulo com as cores verde e branca, caracterizando a exuberância da terra e a paz nela reinante, tendo ao centro um escudo amarelo, em forma de “U”, que na sua cor, simboliza a riqueza e, na sua forma, a união, e neste a coluna histórica da passagem do século (XIX/XX), ladeada por duas carnaubeiras, palmeiras típicas da região, encimada por uma faixa de cor azul, representativa do céu, com a data histórica de 16.10.1845, tendo acima desta uma estrela (maior luz do Vale), de cor branca, significativa do nascimento do Assu cidade, e, sob a base da coluna, as cores características da água, representando o rio Piranhas/Assu e o principal lago do município a Lagoa do Piató.
Assinou a referida Lei o senhor Prefeito João Batista Lacerda Montenegro e o Secretário de Administração senhor Sebastião Pinheiro de Oliveira. O desenho da Bandeira e a descrição, bem como o Brasão, foram criados pelo advogado provisionado senhor João Marcolino de Vasconcelos - o popular "Dr. Lô".
Fonte: Lei Municipal. Assu - Notas Cronológicas - Inédito - Ivan Pinheiro. 

terça-feira, 6 de outubro de 2020

CAUSO ASSUENSE:

 AUTO ESCOLA

Saia... Literalmente

J
OSIAS Calixto andava muito pela oficina de Enock Cachina em Assu. Certa vez inventou de aprender a dirigir. Enock tentou fazer os primeiros testes no "motorista". Mandou Josias entrar no veículo e começou as instruções:
- Josias, tire o carro de marcha - Josias empolgado mexeu na marcha e colocou em "ponto morto" - Agora, pegue a chave, coloque na ignição e ligue.
            O carro funcionando deixou Josias empolgado. Enock continuou:
 - Agora saia...
 Josias, chateado, naturalmente, abriu a porta do carro e saiu... Literalmente.

TROVA ASSUENSE:

POBREZA
PObreza, mísera peça,
Soluços, prantos, ruína;
Té a palavra começa,
Por onde tudo termina.

Autor: Poeta assuense Luís de Macedo Filho

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

REMINISCÊNCIAS:

 João Lins Caldas e sua Marcha Fúnebre

Corpo do poeta João Lins Caldas no seu caixão, sendo velado na casa do seu primo e amigo Luiz Lucas Lins Caldas Neto (avô paterno do editor deste blog - Fernando Caldas), cidade de Assu/RN, 1967. Na fotografia da esquerda: Domitília Eliete de Medeiros, João Crisóstomo Tavares (?), (?), Ivo Pinheiro, Tibobô, Fernando Caldas (criança), (?), Luiz Roberto (Luiz da Carroça), Mário Tavares Dantas, (?), (?), Levi de Oliveira Gomes, dentre outros admiradores do grande poeta Caldas. 

Vamos conferir o seu poema fúnebre intitulado Marcha Fúnebre:

Os cem mil padres do meu negro enterro
Vão agora passar, círios às mãos.
Os cem mil padres, os cem mil irmãos...
Nasci... dou-me por pago do meu erro
Já que dá morte é que me vem o enterro...
Nasci... dou-me por pago do meu erro.

Noite... e dentro da minha solidão...
A solidão é um pássaro da noite...
Quem não te busca, pálido tresnoite,
Alma fria da noite, pelo chão...?
Amo a noite do amor, amo esse açoite,
Os círio rezam morte no clarão...

Vejo o olhar dos mortos pela treva,
Lá passa, vai adiante, o meu caixão...
Quem passa assim, quem com tal força leva
Meu esquife pesado, cor de treva,
Meu caixão,
Quem leva, quem leva?...
Vai meu corpo levado cor de treva...

Vejo os claros da morte pelo chão...
Tudo planeja o negro, a solidão.
Meu corpo, vai-se ver, não se vê fundo...
Entrarei pela terra, cor de terra...
Terra aqui, terra ali, terra... desterra,
A minha boca aterra...

Olhando a morte, quero ver o mundo...
Achar a solidão, quero ver fundo...
Solidão, solidão...
O som de um sino e a voz de um cão...
Meia noite... Solidão...

Agora os quero, do meu enterro,
Todos os padres, de volta irmãos...
Frontes curvadas, círios às mãos,
Hoje de volta do meu enterro...

Todos os padres, para o meu erro,
Hoje de volta são meus irmãos,
Os cem mil padres do meu negro enterro.

Postado por Fernando Caldas

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

REMINISCÊNCIAS:

 MONSENHOR JOAQUIM HONÓRIO - O SANTO DE MACAU

Joaquim Honório da Silveira, nasceu em Macau, no dia 14/01/1879, sendo filho de Francisco Honório da Silveira Canuto e Ana Honório da Silveira, descendente de uma das principais famílias do município a Honório e Silveira.

Os registros indicam que ele viveu para o sacerdócio, fez deste ideal seu projeto de vida. Sua religiosidade inicia-se em 29/03/1895, quando ingressa no Seminário Episcopal da Paraíba, levado pelo Padre Francisco de Assis e Albuquerque, vigário de Macau na época, a quem foi confiada a sua vocação. No seu primeiro pastoreio a frente da paróquia de Nossa Senhora da Conceição em Macau Monsenhor Honório junto com a comunidade fundou as seguintes associações Católicas: Pia união dos filhos de Maria, Doutrina Cristã, Pia Associação das Almas e a Confraria do Santíssimo Rosário.

No dia 15/08/1913, Monsenhor Honório assumiu a Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação em Natal, onde permaneceu por sete meses. Em março de 1914 foi transferido para a Paróquia de São João Batista na cidade de Assú, ficando até 12/03/1926. Nessa cidade foi responsável pela fundação do Colégio Nossa Senhora das Vitórias.

Monsenhor Honório faleceu no dia 01/11/1966. Foi sepultado na Igreja matriz de Nossa Senhora Conceição em Macau. 

Fonte: CHICO TORQUATO
Colhido do Blog Fernando Caldas. 

terça-feira, 4 de agosto de 2020

POESIA

SÓ O HOMEM QUE AMA DE VERDADE
RECONHECE O VALOR DE UMA MULHER

Quem em pleno vigor da mocidade
Recusa as noitadas bandoleiras
Ao modelo das farras brasileiras? ...
SÓ O HOMEM QUE AMA DE VERDADE.
Jovem, antecipa a maturidade,
Nas ruas não procura uma qualquer,
Pois em casa está seu bem-me-quer
Exalando o carinho necessário...
Ai, agradecendo a Santa do rosário,
RECONHECE O VALOR DE UMA MULHER
 

Autor: Ivan Pinheiro. Assu, 10 de março de 2020.

sexta-feira, 6 de março de 2020

ESPORTE:

Natural de Assú no Rio grande do Norte, Gabriel Veron (Foto) com a camisa 27 fez sua estreia ontem em Libertadores na Argentina ao entrar no segundo tempo no lugar de Luiz Adriano. O palmeiras venceu o jogo por 2 a 0. Curiosamente, o camisa 27 teve o nome inspirado em um ídolo local: Juan Sebastián Verón, meio-campista argentino que fez história no final dos anos 90 e início dos anos 2000 com passagens marcantes por clubes como Estudiantes-ARG, Parma-ITA, Lazio-ITA e Internazionale-ITA e Manchester United-ING, entre outros. Gabriel estreou pelo Profissional do Verdão em 28/11/2019, contra o Fluminense. Logo em sua segunda partida pela equipe principal, a Cria da Academia balançou as redes duas vezes e concedeu uma assistência no duelo com o Goiás, pelo Campeonato Brasileiro, tornando-se o segundo mais jovem atleta a marcar gol pelo Verdão, com 17 anos, três meses e dois dias, desbancando Mazzola, cujo gol de estreia em 1956 foi com 17 anos, seis meses e cinco dias – apenas Juliano, com 16 anos, 11 meses e 23 dias em 1998, está à frente no ranking. O jovem está no clube desde o Sub-15 e ganhou títulos por todas as categorias da base em que jogou. Veloz, habilidoso e forte fisicamente, Veron também acumula prêmios individuais, tendo recebido os troféus de artilheiro e melhor jogador no Mundial de Clubes Sub-17 de 2018, vencido pelo Palmeiras, e a Bola de Ouro da Copa do Mundo Sub-17 de 2019, competição que conquistou com a Seleção Brasileira.
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Fonte: Tatutom Sport
De: https://souzajrdivulgacoes.blogspot.com
Fernando Caldas

quarta-feira, 4 de março de 2020

ARTIGO:

Evolução da economia do RN no final do século XX (1970-2000)
Imagem: Reprodução https://www.saibamais.jor.br
Até a primeira metade do século XX o Rio Grande do Norte (RN) ainda apresentava o perfil de uma típica economia primário-exportadora, pautada na agricultura de sequeiro, na pecuária extensiva e no extrativismo. No entanto, uma reviravolta vai acontecer no período seguinte, quando ocorrem mudanças profundas na base produtiva estadual.

De fato, no curto espaço de três décadas (1970-2000), registra-se uma alteração substancial na configuração da economia norte-rio-grandense, com as atividades primárias tradicionais reduzindo sua importância relativa, enquanto a indústria e, especialmente, os setores de comércio e serviços passam a liderar a composição do Produto Interno Bruto (PIB).

O salto da indústria potiguar ocorre no final dos anos 1970 estimulado pelo incremento da exploração de petróleo e gás natural via PETROBRAS, que se torna a “espinha dorsal” da nossa economia. Paralelo a isso, a indústria têxtil e de transformação em geral avança com o reforço dos subsídios da SUDENE e, em seguida, com a ajuda dos incentivos fiscais do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do Norte (PROADI).

É também nos anos 1990 que a agropecuária estadual expande, mesmo tardiamente, a modernização de sua base técnica após a falência do ciclo do algodão, tendo como destaque a produção irrigada de frutas tropicais para exportação no polo Açu-Mossoró e em outras áreas dispersas no território estadual.

Já o setor terciário ganha relevância impulsionado pelo crescimento da urbanização e das atividades industriais concentradas na Grande Natal e em outras cidades de porte médio, como Mossoró. Nesse segmento, além do comércio varejista e no atacado, merece destaque o papel desempenhado pela expansão dos serviços de saúde e educação em todos os níveis. Ademais, as atividades turísticas passam a exercer um peso significativo em alguns municípios, principalmente naqueles localizados no litoral leste.

Esse amplo conjunto de transformações, apenas sumarizado aqui, repercute positivamente na capacidade de geração de riqueza no território norte-rio-grandense. Como mostra as séries históricas de estatísticas do IBGE, de 1970 a 2000, com exceção do início dos anos 1990, a taxa real de crescimento do PIB do RN foi superior à média do Brasil e do Nordeste.

Com efeito, merece destaque a performance obtida pelo PIB local na década de 1970, cuja taxa de crescimento variou acima de 10%. Nos anos 1980, a trajetória da economia estadual manteve seu ritmo acelerado, motivada pelo avanço da indústria do petróleo, perdendo velocidade nos primeiros anos da década de 1990, mas logo voltando a crescer 5,0% entre 1996-2000.

O RN termina o século XX, portanto, com um desempenho econômico bem acima da média brasileira e nordestina. De uma economia primário-exportadora, dependente da agropecuária e do extrativismo, o estado diversifica sua base produtiva e assume um perfil mais urbano-industrial, alcançado em 2000 a 19ª posição no PIB do Brasil e a 6ª posição entre os estados do Nordeste.

É pertinente sublinhar que as mudanças produtivas elencadas também agravaram as desigualdades intra-estaduais, com a riqueza se concentrando no entorno da Região Metropolitana de Natal e nos municípios que sediam as atividades dinâmicas do petróleo, da fruticultura etc. Outra questão desafiadora ao final do período analisado era a persistência de um alto nível de pobreza, que em 2000 atingia 45% da nossa população, conforme o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.

Diante desses e outros tantos desafios, o governo potiguar busca atrair investimentos públicos federais e privados visando ampliar a trajetória ascendente da economia estadual. Contudo, apesar dos avanços vindouros, o “elefante” não conseguirá manter o mesmo ritmo de crescimento e vai enfrentar muitos problemas em sua jornada no transcorrer das duas primeiras décadas do novo século.

Joacir Rufino de Aquino 
(Economista, pesquisador e professor da UERN)

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

REMINISCÊNCIAS:

ANIVERSÁRIO DO CORONEL 
ANTONIO SOARES
Antonio Soares de Macedo (Coronel). Político e jornalista. Nasceu na cidade do Assú, então Villa Nova da Princesa, a 27 de fevereiro de 1831, sendo filho legítimo do capitão Pedro Soares de Macêdo e D. Anna Thereza Soares de Macêdo. Recebida a instrução primária, dedicou-se ao estudo da língua latina e conhecimento de outras matérias do curso de humanidades, conseguindo um regular cabedal literário. Indo residir na freguesia de Serra Negra, tornou-se criador e agricultor, ali consorciando-se, em 1853, com D. Anna Senhorinha de Macêdo, filha legítima do capitão Manoel Pereira Monteiro e D. Maria de Jesus José da Rocha. Viuvando em 1862, Antonio Soares casou-se, em segundas núpcias, na cidade do Assú, a 07 de julho de 1863, com D. Francisca Francelina de Macêdo e Araújo, filha legítima do seu tio João Luiz de Araújo Picado e D. Anna Jacyntha de Araújo Picado. Em 1870, voltou a residir no município de Assú, sua terra natal, continuando aí a profissão de agricultor e criador. Ingressando na política local, alistou-se, ao lado dos seus parentes, nas fileiras do partido conservador, em que, pela sua inteligência, critério e lealdade, foi galgando posições, até a chefia suprema no município, posto em que ainda o encontrou o regime político iniciado a 15 de novembro de 1889. Na antiga Guarda Nacional, teve a patente de capitão, sendo mais tarde nomeado coronel. Além das funções de cargos municipais, o coronel Antonio Soares exerceu o mandato de deputado a Assembleia Legislativa da Província, estendendo-se a sua influência política a diversos municípios, onde a sua palavra era ouvida e acatada. 

Em 1876, fundou o Brado Conservador, jornal político de combate, do qual era diretor e principal redator, defendendo pelas suas colunas a bandeira do partido e pugnando pelos altos interesses da Província e, em particular, pelos da zona sertaneja.

Viúvo, pela segunda vez, em 1878, contraiu terceiras núpcias, no ano seguinte com D. Claudina Carolina de Macêdo e Araújo, também, filha do mesmo seu tio João Luiz. 

Agitando-se a campanha abolicionista, o coronel Antonio Soares abraçou com entusiasmo a causa dos escravos, empenhando nela o seu jornal e sua ação pessoal, como membro fundador da Sociedade Libertadora Assuense, instalada, por interessante coincidência, a 13 de maio de 1883. No dia 24 de junho de 1885, durante a festa do Padroeiro da Paróquia, a Libertadora, em sessão solene, declarava a cidade do Assú emancipada do elemento servil.

O Brado Conservador, com tipografia própria, manteve-se até 1890, quando dissolvido o partido conservador, passou a denominar-se Brado Federal (02 de abril), desaparecendo pouco tempo depois. Fundou-se nessa época, no Rio grande do Norte, um partido católico, com órgão na imprensa – A Pátria – batendo-se contra o ateísmo adotado pelas novas instituições e em desacordo com o sentimento e tradições do povo brasileiro. Esse partido apresentou a candidatura do Coronel Antonio Soares a deputado federal, não conseguindo, porém, a vitória da sua chapa. Desde então, o velho chefe sertanejo afastou-se da atividade política, desfalcado dos haveres que adquirira em longos anos de honesto trabalho. Em 1917, achando-se na capital do Estado, em visita a filhos e netos nela domiciliados, foi acometido de grave moléstia, da qual veio a falecer, aos 86 anos de idade, no dia 11 de maio, deixando, sobreviventes, a viúva, que faleceu em 1928, e 12 filhos, de um total de 23 nascidos das três núpcias. 

Publicou Árvore Genealógica da Família Casa Grande, opúsculo impresso na Tipografia da Companhia Libro-Tipográfica Natalense, 1893. 
(fonte: Dicionário Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. Vol. I. A-E. Coleção Mossoroense. Vol. CDXVII, 1988).

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

EMENDA PARLAMENTAR:

Senadora Zenaide indica recursos para a Saúde, em Assú
A senadora Zenaide Maia, mais votada em Assú na última eleição, vem ajudando a cidade com várias emendas. E agora indicou mais uma, no valor de 200 mil reais, para a Saúde no município administrado pelo prefeito Dr. Gustavo Soares.
O anúncio foi feito pelo deputado George Soares, em entrevista na rádio Princesa do Vale, nesta quinta (13).

EMENDA PARLAMENTAR:

JOÃO MAIA INDICA EMENDA DE 1,2 MILHÕES PARA CALÇAMENTOS NA ZONA RURAL DE ASSÚ 
O deputado federal João Maia (PL) indicou emenda parlamentar impositiva, no valor de R$ 1.200.000,00 para calçamentos na zona rural da cidade de Assú. 

Será a maior ação de calçamento na várzea da Capital do Vale, onde 5 comunidades e 15 ruas serão calçadas. Serão 5 ruas em Linda Flor, 4 ruas em Nova Esperança, 1 no Panon 1, 2 no Panon 2 e 3 ruas na Mutamba. 

O deputado George Soares anunciou na rádio Princesa do Vale essa grande parceria com a gestão de Assú e agradeceu ao deputado João Maia pelas ações.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

CARGO:

ASSESSORIA DO INSTITUTO HISTÓRICO É OCUPADA POR ASSUENSE 
O professor, poeta e escritor assuense Francisco Costa assumiu, no último dia 23 de janeiro, a função de Assessor da Presidência do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte - IHGRN, cujo cargo dignifica Costa, o Assu e sua gente. O blog parabeniza Francisco Costa que além de membro do IHGRN é também sócio fundador da Academia Assuense de Letras, cuja instituição foi seu presidente.