quarta-feira, 22 de agosto de 2018

CULTURA:


Oficializado em 1965 pelo Governo Federal após aprovação no Congresso Nacional, o Dia do Folclore, que tem seu registro nesta quarta-feira, 22 de agosto, será objeto de uma programação comemorativa na alçada do Cine Teatro Pedro Amorim. Transmite o diretor executivo do órgão, Marcos Henrique, que, em celebração à data, o espaço público estará apresentando, com acesso totalmente gratuito, um documentário sobre o Folclore Brasileiro. 
Dentro da mesma atividade será exibido um episódio sobre o Sítio do Picapau Amarelo, uma série de 23 volumes de fantasia, escrita pelo autor brasileiro Monteiro Lobato entre 1920 e 1947, evento que se dirigirá precisamente para estudantes de escolas da rede pública municipal de ensino. Marcos Henrique salienta que o cronograma alusivo ao Dia do Folclore nacional em Assú ocupará o interior do Cine Teatro durante os turnos matutino e vespertino. 
Imagens: Ilustração/⁠Ozair Lima.
Prefeitura Municipal do Assú
Secretaria de Comunicação e Ouvidoria
.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

NATAL:

O Memorial Câmara Cascudo abre suas portas para população, amanhá, 13 de agosto, às 16h, oportunidade em que também acontece a exposição do artista plástico Djalma Paixão, parte da programação do Agosto de Cascudo, que comemora 120 anos de nascimento do historiador. Atualmente o Memorial está recebendo as aulas da Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão (EDTAM), enquanto o prédio onde funciona a Escola também passa por restauração. 
Foram investidos R$ 288 mil em uma restauração completa que incluiu novas instalações hidráulicas e elétricas, novo revestimento, esquadrias e pintura do Memorial, que é administrado pela Fundação José Augusto. 
A reforma do prédio proporciona não só a conservação do legado do ilustre historiador, como também permite o acesso da população ao espaço cultural e histórico, contribuindo para perpetuar parte importante da história norte-rio-grandense aos nativos e também turistas que vierem visitar a cidade. Enquanto se prepara uma expografia permanente de Cascudo, o Estado programa exposições temporárias de diversos artistas dentro do horário de funcionamento do Memorial, de segunda a sexta, das 8h às 16h e no sábado das 8h às 13h. 
A reforma do Memorial surgiu da necessidade de modernizar alguns ambientes culturais para ampliação das ações ligadas à cultura e educação, possibilitando a manutenção de acervos e exposições, além da conservação e difusão das artes e da cultura popular, o que permitirá um salto de qualidade na oferta dos serviços culturais oferecidos à população do Rio Grande do Norte e principalmente na formação de novos profissionais do setor cultural do Estado. 
O público-alvo desta reforma é toda a população da cidade de Natal, os turistas e os estudantes da rede pública, que utilizarão esse espaço para melhorar a educação cultural e conhecer um pouco mais da história do Estado e de Luís da Câmara Cascudo. No caso dos estudantes será fornecido um espaço de qualidade como fonte de informações para aperfeiçoamento dos estudos e em relação aos visitantes será mostrada e explorada a riqueza cultural que o estado possui. 
A reabertura do Memorial também permite o acesso à população de menor poder aquisitivo a espaços culturais e de lazer público de qualidade, o Rio Grande do Norte vai reduzir os custos com locação de espaços para exibição de eventos culturais e aluguel de serviços públicos.
Postado por Ana Valquiria.

REMINISCÊNCIAS:

AÇU POR JOÃO CELSO NETO*
Perpétua de Babal (ou seria Babau, com u, que se escrevia o apelido de Aderbal seu pai?) trouxe suas memórias da terra natal. Outros também o fizeram como outros que ali moraram ou a adotaram para sempre.

De mim, Açu (assim consta de meu registro civil) esteve presente em esparsos poemas, um dos quais um soneto falando do “cadavérico caminho do cemitério de minha terra” onde, aos 18 anos, imaginei que para lá iriam me levar quando um dia enfim eu morresse (“Versos Íntimos”, 1966, p. 22).


Ainda naquelas incultas produções falei (p. 7) que queria gritar que ela era “- em todo o Universo – a terra do verso, da glosa, da quadra, soneto e poema, do vate maturo que ama e venera“.


Açu é para mim, sobretudo, o resultado das lembranças indeléveis dos meus primeiros 4 anos de vida, enquanto morava lá, e das férias que raramente deixaram de ser ali gozadas até quase 15 anos. Aos 4 e meio (junho de 1949), mudamos-nos para Natal e aos 15 (1960) para o Rio de Janeiro. Depois desta mudança para tão longe, passei duas férias em 1963, as de verão até depois do carnaval de 1964.


A cidade foi ainda ponto de passagem a que eu me obrigava de 1970 a 1971, tempo em que, morando em Recife, participei da implantação e aceitação do sistema de micro-ondas da Embratel (fabricante: GTE) entre Recife e Fortaleza. Havia uma estação repetidora logo depois da saída do Açu em direção a Mossoró, no Sítio Palheiros, bem à beira da estrada.


E voltei de passagem, voltando de Fortaleza por terra com a família. Além dessa oportunidade, passei uma semana lá em 1986, para as comemorações dos cem anos do nascimento de meu avô, e em 1999, para receber uma comenda que ressaltava minha atividade de Engenheiro Eletricista (na verdade, eu me formara em Eletrônica) quando eu já deixara a Engenharia e me tornara Advogado, seguindo a tradição da família.


O avô de quem herdei o nome foi um dos mais renomados Advogados (provisionado) de lá, dando hoje o nome ao Fórum. Meu tio e padrinho Expedito foi Adjunto de Promotor, ele também um provisionado com Banca no sobrado de Sebastião Cabral, em cima da bodega de Chico Celestino (pai de Alberto e de uma bruxinha que me enfeitiçou em certo carnaval lá se foram mais de 50 anos), quase vizinho à casa onde nasci (Praça Pedro Velho, 4) e tendo a casa de Renato Caldas entre uma e outro. Meu pai também se graduou em Direto, pela então Faculdade de Direito de Alagoas, em 1956. E outro tio meu, Emílio (irmão de mamãe, de Expedito e de Celso da Silveira), formou-se pela Faculdade Nacional de Direito - Rio de Janeiro – da mesma Universidade do Brasil onde concluí meu curso de Engenharia (faz alguns anos que o nome mudou para UFRJ). Minha filha caçula também tem inscrição na OAB.


Certamente, meu querido Açu mudou demais ao longo do tempo. Suas figuras populares na minha infância eram Manoel de Bobagem e Bonzinho, os craques do Centro Esportivo Açuense eram Edson de Assis, Zé Pretinho e Pirrão, além, lógico, dos poetas Renato e João Lins Caldas.


A rua mais badalada da cidade já era, com certeza, a Manoel Montenegro, onde ele próprio morava, acho que vizinho a Vemvem Tavares e pertinho do “Castelo” que fora de meu avô e onde, acredito, nasceram minha mãe e todos os meus tios. No outro quarteirão e do mesmo lado da calçada ficavam as casa de tio Lauro Leite, Eduardo Wanderley (avô de Perpétua) e, na esquina, a casa de Dr. Pedro Amorim. Também tio Zequinhas Pinheiro ali construiu sua casa, nos fundos do Banco do Brasil antes de ser transferido para a antiga casa de Manoel Soares, avô de meus primos Netinho, Frederico, Domicito, Lauritinha, Milton e Fátima. Deles, quantas recordações de nossa convivência no Camelo, a fazenda da família que foi desapropriada por conta do Açude Mendubim no final dos anos 60 (minha última ida foi em 1971, já então uma casa abandonada; ficamos hospedados na outra fazenda, o Limoeiro).


Claro que o que ficou mais marcado foi o pessoal da família: minha tia Maria Olímpia (irmã de papai) mais conhecida como Maroquinhas, suas tias Lília, Lindu, Nila, Elita e Idália, os tios maternos que já citei Expedito e Celso e aquele mundaréu de primos “legítimos” ou mais afastados, coisas de uma cidade pequena. Até os primos deles se tornavam íntimos, como os primos de Mara e dos filhos de tio Domício antes citados filhos de Clarice de Sá Leitão e Chico Soares, e daquelas tias paternas de meu pai Oswaldnho, Enóe e Nadja Amorim; Salete e Dedé Avelino; Socorro e Laurita Leite.


Ser do Açu era um fator que me aproximou pela vida a João Batista França, Conrado Tavares, Geovane Lopes, Ivanice Abreu e vários outros conterrâneos que só fui conhecer no Rio de Janeiro.


Sem falar nos filhos de tio Né Dantas (irmão de minha avó materna) que fui conhecendo (eram dezenas...) na fazenda (Chico e Procópio) ou fora de lá (Enedina, Maria Leocádia e Justina).


Açu, para mim, é bem mais que um retrato na parede! 

*João Celso Neto
Engenheiro e advogado.
Residente em Brasília.
Assuense, autor do livro Versos Íntimos.