sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

MENSAGEM NATALINA:

Mensagem de Natal do 
deputado estadual George Soares‏

MUSEU DO SERTÃO - MOSSORÓ:

ANIMAIS DE CARGA
ANIMAIS DE CARGA - Além dos bois mansos, que eram usados no carro de boi, o burro, o jumento e, as vezes, o cavalo foram muito usados para o transporte de cargas nas fazendas, vilas e cidades sertanejas. 
Ancoretas
O uso da cangalha era obrigatório para o transporte de qualquer tipo de carga em lombo de animal, mas para cada espécie de carga tinha um suporte adequado, que era pendurado nos cabeçotes da cangalha. Por exemplo, as ancoretas para levar água ou cachaça eram penduradas em suportes de ferro (ferros de ancoreta), com ganchos, onde as aselhas das ancoretas eram colocadas. Por sua vez, as argolas destes ferros ficavam metidas nos cabeçotes da cangalha. A base de madeira para receber latões de leite ou latas de "querosene", contendo água para beber, também era amarrada nos cabeçotes da cangalha, por laços de relho de couro cru ou de cordas de fibras de tucum ou caroá. A lenha, estacas, mourões, cana-de-açúcar e outros materiais alongados eram transportados em cambitos. havia dois tipos de cambito, o de madeira serrada, feito pelo carpinteiro, e o cambito solto, que nada mais era do que a ponta de uma forquilha, com braços longos (artefato em forma de "V"). 
 
Cambitos e caixões
Os dois cambitos soltos de cada lado da cangalha ficavam unidos pela própria carga. os caixões de transportar terra para construir açudes, estradas ou para levar material de construção (areia, arisco, barro, pedra marroada, cal e outros materiais) possuíam fundos falsos, pois  quando a tropa de burros ou de jumentos chegava sobre a parede do açude, por exemplo, as travas eram abertas e a piçarra despejada. Quando os caixões iam ser cheios novamente, as travas eram fechadas e assim sucessivamente. 
Bruacas e surrões
As bruacas de couro, contendo goma ou farinha de mandioca e os surrões de palha de carnaúba com grãos (feijão, milho, etc) eram amarrados por duas grossas cordas de couro cru ou com cordas feitas com fibras vegetais de tal maneira que formavam laços, para pendurá-los nos cabeçotes da cangalha. 
Os caçuás
Os caçuás para transportar frutas, raízes de macaxeira, mandioca, batata-doce, jerimum e outros produtos eram feitos de várias matérias primas. Dependendo da região, os caçuás eram produzidos com couro cru, talos de carnaúba com textos de couro, de taboca (bambu) ou de cipó. Existia um tipo de caçuá, que era uma espécie de mala de talo de carnaúba com tampa (dobradiças de couro), que era usado para transportar queijo. 
Os comboieiros
Os comboieiros, com suas tropas de animais, levavam os produtos das fazendas para serem comercializados nas feiras semanais das vilas e cidades interioranas. Os açudes eram construídos com terra transportada em lombos de burros. O pisoteio da tropa de animais sobre a parede do açude em construção servia para compactar o solo. 
A cangalha
A cangalha era feita com quatro paus, as duas testeiras em forma de "V" invertido, com os cabeçotes no ápice e as duas tábuas laterais, que eram revestidas de couro cru, onde se prendiam as almofadas de junco, envoltas em tecido de algodão. A cangalha era colocada no lombo do animal sobre uma espessa esteira de junco ou de outro material (palha de carnaúba) contanto que desse boa proteção ao animal, pois a cangalha podia pisar (ferir) o burro, quando a esteira não era adequada.   
Fonte: Benedito Vasconcelos - Proprietário do Museu do Sertão - Mossoró/RN.
Fotos: 1ª do jumento: Canindé Soares. Colhida no blog Cícero Lajes; 2ª do Jumento: www.aartedenewtonavelino.com; Tropeiros: Consciência.org - O desenho reproduz uma fotografia da obra BraziJien de Peter Fuss; Demais fotografias enviadas pelo amigo Benedito Vasconcelos.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

GASTRONOMIA E CULTURA:

PRATODOMUNDO
EM NOVO FORMATO, MAS COM A VELHA ALEGRIA
O mais antigo, democrático e irreverente festival gastronômico do Rio Grande do Norte, o Pratodomundo, realizado no Centro Histórico de Natal há 12 anos pela SAMBA – Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências, deu início à sua programação no sábado, passado, dia 19, juntamente com a realização do Carnabeco, a partir das 14 h, no Bar Encontro dos Boêmios, no Beco da Lama.

O evento que esta acontecendo desde o dia 19, se prolongará até no sábado 26 de dezembro. São dois sábados consecutivos, onde os pratos poderão ser degustados nos bares e restaurantes participantes. Durante a semana, os pratos também estarão no cardápio. O enceramento será no dia 2, no Bardallos, a partir das 20h, com a cerimônia de premiação dos vencedores e confraternização. A edição deste ano tem o apoio do SEBRAE.  

Este ano, o Pratodomundo irá homenagear – pela primeira vez na história da realização dos festivais gastronômicos do Estado – a figura de Luís da Câmara Cascudo, autor da mais importante obra sobre a formação da culinária brasileira, “História da Alimentação no Brasil”, reparando assim um erro histórico.

O prato que identifica a participação de cada estabelecimento na edição de 2015 será estampado com a figura de Cascudo e a imagem da referida publicação. A arte foi produzida pelo artista plástico potiguar Franklin Serrão.

“Aceitei o convite do presidente da SAMBA, Tarcio Fontenele, para coordenar o festival, mas com a condição de homenagearmos Cascudo, o que jamais aconteceu em qualquer outro evento gastronômico realizado no Rio Grande do Norte. Essa condição foi aceita de imediato pela SAMBA, o que me deixou muito feliz, e a qual fiz questão de comunicar pessoalmente para Camilla e Daliana Cascudo, netas do mestre, que ficaram orgulhosas e também felizes com a iniciativa. Enfim, estaremos reparando esse erro histórico”, diz o chef de cozinha Alexandre Gurgel, coordenador do Pratodomundo 2015.

Estarão participando do Pratodomundo os seguintes estabelecimentos: Bar de Nazaré (Travessa do Tesouro, por trás da Assembleia Legislativa), com o petisco “Bolinho Potiguar”; Bar do Pedrinho (por trás do Camelódromo), com o “Lombo Suíno na Goma”; o Bardallos Comida e Arte (Rua Vigário Bartolomeu), com o “Omelete Sertanejo”; o Bar e Restaurante Gosto Caseiro (Rua Vigário Bartolomeu), com “Fava na Charque”; e a Faster Pizza (Rua Princesa Isabel), com pissa brotinho “Camarão e Coalho”.

Mantendo a tradição democrática e popular do festival, os valores dos petiscos não ultrapassarão o valor de R$ 12,00. Como novidade este ano, o festival incluiu a categoria de melhor “Meladinha”, drinque que se tornou referência no Beco da Lama pelas mãos do lendário Nazir Canaã, conhecido como “Rei da Meladinha”.

“Um fator que quase fez com que o evento não acontecesse em 2015 foi o não pagamento da premiação do festival ocorrido no ano passado, pela gestão anterior, o que dificultou e muito a presença de outros estabelecimentos na edição deste ano. No entanto, apesar das dificuldades encontradas ao longo da formatação do festival este ano, contamos com os apoios irrestritos do Instituto Ludovicus nas pessoas de Camilla e Daliana, como também do SEBRAE. Apesar de tudo, o Pratodomundo continua vico – e muito vivo!”, enaltece Tarcio Fontenele, presidente da SAMBA.

FONTE: o Beco – Um patrimônio histórico, etílico e cultural de Natal. Edição 3, ano    I, dezembro 2015.