quinta-feira, 17 de outubro de 2024

HISTÓRIA

 Primeiros nomes do Assú - PARTE I

TABA-ASSÚ

Na visão do historiador Luiz da Câmara Cascudo “O nome popular, real, lógico é o Assú, valendo o rio condutor das atividades. Taba-Assú é uma imagem literária sem fundamento histórico”. 

Um dos primeiros relatos da existência de índios na região do Assú é feito por Ferreira Nobre. O historiador Nestor dos Santos Lima, no seu livro ‘Municípios do Rio Grande do Norte’, editado em 1937, cita Manuel Ferreira Nobre que em seu trabalho “Breve notícia sobre a Província do Rio Grande do Norte”, publicado em 1877, em Vitória-ES, afirma que: “... no ano de 1650, uma tribo de numerosos índios levantou os fundamentos da cidade, (do Assú), dando-lhe o nome de TABA-ASSÚ, que quer dizer Aldeia Grande”.

O Assú era povoado, por volta de em 1650, por numerosos íncolas selvagens, chamados Janduís, que formavam uma grande tribo, cujos acampamentos estendiam-se do Vale do Assú à ribeira do Mossoró.

Guerreiros. Cultivavam a força física da sua raça por meio de contínuos exercícios e treinamentos, correndo duas léguas a fio carregando grandes pesos às costas, realizando torneios de força e agilidade onde os vencedores recebiam em prêmio as mais lindas donzelas da tribo.

Toda a nação tomou o nome do grande chefe Janduí. Alimentavam-se de frutas, mel e raízes. Não tinham plantações. Não trabalhavam.

Era aqui (Assú) a sua grande aldeia ou taba, denominada ‘Taba-Assú’, que quer dizer ‘Aldeia Grande’. (Assú - Pedro Amorim, 1929; 03).    

        Conforme documentos pesquisados, quase sempre que se encontra algum documento com alusão ao nome da Taba, a grafia está separada com hífen, com dois esses e acento agudo no “U”. Há uma afirmação do mestre Câmara Cascudo que discorda da existência do elemento "Taba" na denominação Taba-Assú. Portanto, pelo que se foi estudado, nenhum outro historiador discorda deste fato. Sem polemizar, é coerente dar maiores créditos à maioria que defende a existência da palavra e da Aldeia Taba-Assú, de onde vem a origem da concepção primitiva do nome da povoação.

Fonte: Assú - Dos Janduís ao Sesquicentenário - Ivan Pinheiro.
Mapa ilustrativo: Wikipédia 

domingo, 8 de setembro de 2024

REMINISCÊNCIAS:


 
 
João Batista o meu abraço,
muito amigo, cordial,
Eu lhe envio neste dia,
Do seu ditoso natal.
 
O seu nome neste dia,
Muito relembra de certo,
João Batista, grande Santo,
O Pregador do deserto.
 
Que ele o Santo Profeta,
Que é da virtude o troféu,
Sobre você chova bênçãos,
Do seu trono, além do céu.

Seja bom, estudioso,
Deus de amor o acompanhe,
Seja na vida o conforto,
Da sua extremosa mãe.

Receba pois, amiguinho,
Meu sincero parabéns,
Lhe desejo mil venturas,
Pois lhe quero muito bem.

O seu prazer é bem justo,
Sua data é promissora,
E a Virgem do Rosário,
Zele o seu aniversário,
Pede à Deus a professora.


Sinhazinha Wanderley, 24/10/1942
Fonte: A saudosa Tereza Ferreira (filha do homenageado).

quarta-feira, 27 de março de 2024

POESIA

FACES SEM SORRISO

Menino qual o teu nome
Que tens uma angústia louca?
Foi o cabresto da fome
Que amordaçou minha boca,
Pois no meu nome senhor
Só há desespero e dor,
Tristeza e desolação,
O meu nome nada importa
Fico a soleira da porta
Pedindo a esmola de um pão.

E aquele rapaz, quem é
Que está ao pé do serrote?
É o meu irmão José
Que foi dar água ao garrote;
Chega José paciente,
Senta-se ao mesmo batente,
Vago olhar amortecido,
Na palidez do seu rosto
Tinha a força do desgosto
De um jovem desiludido.

O André chega também,
Antônio, Ambrózia e Tereza
Cada rosto uma tristeza,
Só alegria não vem
A pobre mãe numa rede
Embala o pé na parede
O filho mais pequenino,
Dois ou três meses de idade
Mais é na realidade
Vítima do mesmo destino.

Esse pequeno inocente
Sem brilho nos olhos seus
Sofre por culpa de Deus?
Não. Culpa dos homens somente,
Os homens sim, são culpados
Que aos filhos dos desgraçados
Lançam os grilhões da miséria
De Deus, não, a culpa é deles
Como se não fossem eles
Filhos da mesma matéria.

Autor: Francisco Agripino de Alcaniz - Chico Traíra.
Fonte: Espinhos e Flores da Minha Terra/1986.
Ilustração: Pintura de Bartolomé Esteban MURILLO - conhecida como "o jovem pedinte" (c. 1650).

segunda-feira, 25 de março de 2024

CAUSO

Meu cunhado Canindé Barbosa quando está bêbado só fala chiando. 

Certa vez, estávamos numa confraternização em família quando Ceiça sua irmã, já invocada com aquela chiadeira, disse: 

- Canindé, toda palavra você só fala chiando, não é? Pois eu duvido você pronunciar a palavra NÃO, chiando! 

Canindé, sem pensar duas vezes, arrematou: 

- Not

Livro: Dez Contos & Cem Causos - Ivan Pinheiro

Imagem Ilustrativa 

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

TROVA ASSUENSE

POBREZA

PObreza, mísera peça,
Soluços, prantos, ruína;
Té a palavra começa,
Por onde tudo termina.

Poeta: Luís de Macedo Filho

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

REMINISCÊNCIAS

PERSONALIDADE ASSUENSE

OTAVIANO CABRAL RAPOSO DA CÂMARA nasceu a 15 de janeiro de 1819, na fazenda Arraial, de propriedade do seu avô, coronel Jerônimo Cabral de Oliveira, no município de Assu, hoje Carnaubais. Foram seus pais: o coronel Gabriel Soares Raposo da Câmara e dona Francisca Cabral de oliveira. Bacharel pela Faculdade de Direito de Olinda, em 1843. Chefiou o Partido “Nortista”, depois “Conservador”, em cuja agremiação política teve destacada influência, chegando a exercer o cargo de Deputado Provincial em seis legislaturas: 1852-1853, 1860-1861, 1862-1863, 1864-1865, 1866-1867 e 1870-1871.
Otaviano Cabral representou, também, o Rio Grande do Norte, na Câmara Temporária ou Assembleia Geral do Império (o cargo atual de Deputado Federal) nas legislaturas de: 1853-1856 e 1869-1872, sendo que esta última, por decreto de 18 de julho de 1872, foi dissolvida.
Na qualidade de 1º Vice-presidente da Província do RN, nomeação de 02 de julho de 1853, assumiu o Governo de 19 de maio a 18 de junho de 1858, e, com a mesma nomeação como 3º Vice-presidente, governou de 17 de fevereiro a 22 de março de 1870.
Otaviano fez parte de uma delegação da Câmara Municipal de Natal, em 1869, para cumprimentar Sua Majestade o Imperador à sua chegada em Recife. Advogado e tribuno político, a sua atuação foi notável, exercendo, também, destacado relevo no jornalismo provinciano. Ligado aos seus irmãos Jerônimo, Gabriel e Leocádio, “Os Cabrais”, como era chamado o grupo Saquaresma, formava uma arregimentada corrente política com acentuada preponderância nos destinos administrativos do Estado.
Foi Procurador Fiscal da Tesouraria Provincial, de 31 de agosto de 1870 a 15 de junho de 1872 e exerceu, também, o cargo de Inspetor da Tesouraria quando, a seu pedido, foi exonerado.
Homem de espírito culto e progressista, Otaviano Cabral fundou, em parceria com outros, em 1854, em Natal, a Sociedade Teatral Apolo Rio-Grandense. Por sugestão do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, no ano de 1930, a Prefeitura Municipal do Natal, em louvor aos seus méritos, ligou seu nome a uma rua.
OTAVIANO CABRAL RAPOSO DA CÂMARA faleceu, no município de Bonito, no estado de Pernambuco, no ano de 1872.
Como foi possível observar, mostramos mais um assuense que chegou ao topo da governabilidade estadual, ou seja, foi Governador do Rio Grande do Norte, na época em que era Província.
   
Fonte: Titulados do Assu - Francisco Amorim

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

HISTÓRIA

MERCADO DO ASSU

Uma Casa de Mercado
Mercado Público (à direita) - Provavelmente anos vinte (a Praça foi construída em 1932) 
Pesquisando os alfarrábios da história do povo assuense, encontramos que: No ano de 1875, foi construído o primeiro mercado do Assu o qual abriu suas portas no ano de 1876. O construtor do primeiro Mercado do Assu foi o cidadão assuense Dr. Luiz Carlos Lins Wanderley o qual vendo a necessidade da cidade se desenvolver comercialmente, edificou, as suas custas, por meio de contrato, com cláusula de usufruto por vinte anos, o que chamavam de “Uma Casa de Mercado”. Essa construção custou-lhe uma cadeira de deputado provincial. 

Mercado Público (ao fundo) - Provavelmente anos 30.
O tempo passou e pequenas reformas ocorreram no prédio que foi ficando pequeno para a demanda do comércio do Assu – cidade pólo da região do Vale.

Novas Instalações

Buscando suprir estas necessidades o então Prefeito Manoel Pessoa Montenegro resolveu demolir a antiga "Casa de Mercado" e construiu, no mesmo local, com o apoio do Interventor Federal (na época, o mesmo que Governador do Estado) um moderno prédio para servir de Mercado Público Municipal com condições físicas de atender a demanda comercial da cidade.
Mercado Público - Instalação mais modernas - foto provavelmente anos 70/80.
A inauguração deu-se no dia 19 de abril de 1943, cuja solenidade contou com a presença do Interventor Federal Dr. Rafael Fernandes Gurjão. 

O Patrono

Após o falecimento de Manoelzinho Montenegro, num gesto de reconhecimento, o seu nome foi escolhido como patrono, passando este logradouro a ser denominado de: Mercado Público Municipal Prefeito Manoel Pessoa Montenegro. 
Prefeito Manoel Pessoa Montenegro
Manoel Montenegro nasceu em Assu no dia 28 de fevereiro de 1892. Foi proprietário de terras, Farmacêutico e Político. Foi prefeito do Assu por 12 anos, no período de 1936 a 1948. Primeiramente nomeado pelo Presidente Getúlio Vargas e depois eleito pelo voto popular. Faleceu no dia 12 de agosto de 1967 em Natal. 

Reformas

Após a reconstrução do Mercado (1943) inúmeras benfeitorias foram desenvolvidas neste logradouro pelos administradores municipais. Destacamos as mais significativas reformas executadas nas gestões dos prefeitos: Arcelino Costa Leitão, Walter de Sá Leitão, Sebastião Alves Martins e Ronaldo Soares no seu primeiro mandato.

No entanto, a maior reforma ocorreu no ano de 2007 quando o Mercado Público Municipal Manoel Pessoa Montenegro foi totalmente reformado e dotado de infra-estrutura para comercialização de frios. Ou seja: carne bovina, suína, caprina, vísceras, frangos e peixes expostos em box’s devidamente higienizados e fiscalizados (à época da inauguração).

Inauguração

No dia 05 de maio de 2007 a Prefeitura Municipal do Assu, através do então Prefeito Ronaldo da Fonseca Soares, entregou à população assuense as novas instalações do Mercado Público. A solenidade de inauguração ocorreu às 9 horas com a presença de diversas autoridades, entre elas o Presidente da Câmara dos Vereadores Odelmo de Moura Rodrigues, vereadores: Carlos Alberto da Costa Bezerra, Heliomar Cortez Alves, Leosvaldo Paiva de Araújo, João Brito, João Lourenço, Manoel Targino e Francisco Lavoisier. Diversas outras instituições se fizeram presentes, entre estas: Prefeitura Municipal de Ipanguaçu na pessoa do prefeito José de Deus Barbosa FilhoSEBRAE IBAMA. Também se fizeram presentes Gerentes, Secretários, Diretores e Chefes de Sessões da Prefeitura do Assu, comerciantes do mercado, feirantes e um grande numero de populares.

Mercado Público -  Abril de 2007 - Antes da Inauguração
Infraestrutura 

A ampla reforma realizada pela Prefeitura do Assu (com recursos próprios) trouxe de volta (à época) a perspectiva de bons negócios para o comércio local. O Mercado Público teve toda estrutura hidráulica e elétrica recuperada (com moderna iluminação), substituição do piso (externo e interno), reestruturação da fachada, instalação de sanitários adaptados para deficientes físicos, construção de 70 boxes para acomodação dos comerciantes individualizados, uma sala de desosso além de uma ampla Câmara frigorífica para conservação dos produtos.
Mercado Público - foto mais recente
À época, a obra contemplou o anseio da população no que concerne a qualidade dos gêneros comercializados. O Mercado veio complementar os serviços executados no moderno Matadouro Público Prefeito Sebastião Alves Martins - reconstruído, neste mesmo período, para atender aos padrões de higienização e qualidade total dos produtos.